MARIO BASTOS
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Muitas vezes sem que a gente perceba, não acompanhamos o crescimento de nossos filhos e há um período em que nós pais vamos ficar órfãos dos nossos próprios filhos, por nossa própria culpa. É que a criança cresce independente de nós, como árvores e pássaros , elas crescem sem pedir licença. Crescem, crescem e de repente nos chamam de avós, mas não são os nossos filhos que nos chamam assim, mas os filhos de nossos filhos. Confuso?, não é confuso não, é real!
O tempo passa tão rápido que não percebemos e não sentimos o crescimento de nossos filhos e a chegada de nossos netos.
Onde é quê e como andou crescendo aquela(e) danadinha(o), que não percebemos?
Onde está aquele cheirinho de leite sobre a pele?
Onde esta a pázinha de brincar na areia?
As festinhas de aniversario com palhaços, amiguinhos, e o primeiro informe do maternal?
As crianças vão crescendo num ritual de obediência orgânica, desobediência civil.
Entre hamburguês e refrigerantes nas esquinas, lá cresceram nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas de moda nos ombros ou, então com as blusas amarradas na cintura e a gente acha que vai estragar a blusa, mas não tem jeito é o emblema da geração.
E nós com os cabelos já embranquecidos lembramos que....
Deveríamos ter ido mais a cama deles ao anoitecer para ouvirmos suas almas respirando, conversas e confidências entre os lençóis da infância e adolescência, naquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo nosso afeto. No principio subiam a serra ou íamos à praia com eles entre bolachas, embrulhos, engarrafamentos, natais, páscoa, piscina e amiguinhos. Sim, haviam as brigas dentro do carro, disputa pela janela, pedidos de chicletes e sanduíches, cantorias infantis. depois chegou a idade em que viajar com os pais começou ser esforço, um sofrimento, pois era possível largar a turma e os primeiros namorados.
Nós pais nos deixamos ser exilados por nossos filhos, solidão que nós mesmos buscamos, mas, de repente, morremos de saudades daqueles danadinhos.
E agora, o que fazer?
O que fazer é não deixar isto acontecer.
Você ainda tem tempo para ver seus filhos crescerem?
O tempo passa, passa e de repente, nos vemos órfãos de nossos filhos.
E a saudade, o que fazer com ela?
O melhor é acordarmos antes que elas cresçam, para mais tarde não nos arrependermos, e para quem deixou isto acontecer... procure viver o tempo atual.
"Seja um pai ou mãe presente na vida de seus filhos, o tempo
passa muito depressa, e a nossa vida é única"